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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Introdução à Sintaxe: Frase, Oração e Período / Sujeito x Predicado

§  Frase: é um enunciado que estabelece uma comunicação com sentido completo. Pode ser breve, constituído, às vezes, por uma só palavra, ou longa, com uma forma verbal. As frases sem verbos são chamadas frases nominais. Já aquelas que contêm verbos ou locuções verbais são chamadas orações.
Ex.: Fogo!
Silêncio!
Como?
Por quê?
Meia volta!
Bem feito!
Vende-se casa.
Que sala suja!

§  Oração: é um enunciado que contém um verbo ou uma locução verbal.

Atenção! Toda oração é uma frase, mas nem toda frase é oração, pois, para isso, é necessário conter um verbo.
Ex.: Vende-se casa.
A sala está suja.

§  Período: é a frase formada por uma ou mais orações. Pode ser simples ou composto. O período simples é formado por apenas uma oração; já o composto, é constituído por duas ou mais orações.
Ex.: Maria chegou a casa. (Período Simples)
  Quando Maria chegou a casa, tomou um susto com tamanha sujeira. (Período Composto) 

Sujeito x Predicado

As palavras não aparecem isoladas na língua. Para produzir sentido, elas se relacionam entre si, formando frases. A parte da gramática que define as funções que as palavras exercem nas frases chama-se sintaxe.

Agora observe: 


[Os Bergsons] [nos convidaram para uma festa.]
[Eu] [não vou!]
[Eles] [são chatos.]
[Eles] [falam demais.]

Nessas orações, podemos identificar dois constituintes essenciais: uma informação e um elemento ao qual ela se refere. A informação é o predicado, e o elemento a que ela se refere é o sujeito. Sendo assim:

§  Sujeito: é o ser de quem se declara alguma coisa.
§  Predicado: é tudo aquilo que se diz sobre o sujeito.

Tipos de Sujeito

O sujeito apresenta um núcleo (sempre um nome), que é a palavra mais significativa desse termo essencial.
Ex.: [Os nossos vizinhos][nos convidaram para uma festa.] Sujeito: Os nossos vizinhos.
[Hagar e Helga] [foram à festa dos Bergsons]. Sujeito: Hagar e Helga.

§  Sujeito simples: é aquele que apresenta um só núcleo.
Ex.: Eles são chatos.

§  Sujeito composto: é aquele que apresenta mais de um núcleo.
Ex.: Helga e Hagar aceitaram o convite dos Bergsons.

§  Sujeito oculto, implícito ou desinencial: é aquele que está implícito na desinência ou terminação verbal. Pode ser identificado, também, pelo contexto.
Ex.: ...Vão servir filé e lagostas. (Eles, os Bergsons)
 Não vou. (Eu)

§  Sujeito indeterminado: quando não é possível dizer quem pratica a ação ou não se quer identificar claramente o sujeito da oração.
Ex.: Fizeram uma festa na vizinhança.

Neste caso, o verbo não se refere a nenhum termo identificado anteriormente, nem em outra oração, como acontece com o sujeito oculto.
O sujeito indeterminado pode ser expresso de dois modos:

§  Quando o verbo está na terceira pessoa do plural, sem que se possa identificar o sujeito.
Ex.: Fizeram uma festa na vizinhança.

§  Quando o verbo é flexionado na terceira pessoa do singular e seguido do pronome se, que funciona como índice de indeterminação do sujeito.
Ex.: Investe-se pouco em saúde e educação.
Com a TAM, viaja-se com economia e segurança.

Atenção!
Não confundir com a voz passiva sintética, na qual a partícula se acompanha o verbo transitivo direto. Para comprovar, pode-se colocar a frase na voz passiva analítica. Observe:
Ex.: Fazem-se unhas. (Voz passiva analítica: Unhas são feitas)
Alugam-se casas e apartamentos. (Voz passiva analítica: Casas e apartamentos são alugados)

  
Oração sem sujeito

Observe:

Havia uma festa anual na empresa.
dez anos tentava me aproximar do presidente da empresa.

Nestes exemplos, o verbo haver é impessoal, ou seja, não tem sujeito, e conjuga-se na 3ª pessoa do singular. Esses são exemplos de orações sem sujeito.
Ocorre oração sem sujeito quando:

§  O verbo haver apresenta o sentido de existir:
Ex.: bons cinemas neste shopping.

§  Os verbos fazer, haver e ir referirem-se a tempo decorrido:
Ex.: Faz muito tempo que não o vejo.
Morei no Rio cerca de dez anos.
Vai fazer quinze anos que cheguei ao Brasil.

§  Com o verbo ser indicando tempo em geral:
Ex.: Era um período de inverno rigoroso.

§  Com os verbos que denotam fenômenos da natureza. Incluem-se nesse caso os verbos chover, ventar, nevar, trovejar, relampejar etc.  
Ex.: Ventava forte naquela tarde.
Esfriou muito nesta noite.
De noite choveu.

Isso não ocorre quando os verbos que exprimem fenômenos da natureza estão em sentido figurado.
Ex.: [Os meninos] [amanheceram com fome.] Sujeito: Os meninos.

Resumindo!
A oração sem sujeito é aquela que se forma, apenas, com predicado, cuja declaração não se refere a nenhum ser.


Bibliografia:

LIMA, Rocha. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio, 2001.
SARMENTO, Leila Lauar. Gramática em textos. São Paulo: Editora Moderna, 2005. 

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