São vocábulos gramaticais que servem
para relacionar duas orações ou dois termos semelhantes da mesma oração.
§ Conjunções
coordenativas: relacionam termos ou orações de idêntica função gramatical.
Ligam elementos independentes.
Ex.:
O tempo e a maré não esperam por
ninguém.
Ouvi primeiro e falai por derradeiro.
§ Conjunções
subordinativas: ligam duas orações, uma das quais determina ou completa o
sentido da outra. Dependência do primeiro elemento ao segundo.
Ex.:
Eram três da tarde quando cheguei às
arenas romanas.
Pediram-me que definisse o Arpoador.
CONJUNÇÕES
COORDENATIVAS
§ Aditivas;
§ Adversativas;
§ Alternativas;
§ Conclusivas;
§ Explicativas.
Aditivas:
simplesmente ligam dois termos ou duas orações de idêntica função.
Conjunções:
e, nem (= e não).
Ex.: Ele não me
agradece, nem eu lhe dou tempo.
Adversativas:
ligam
dois termos ou duas orações de igual função, acrescentando, porém, uma ideia de
contraste.
Conjunções:
mas,
porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto.
Ex.: Apetece cantar, mas ninguém canta.
Alternativas:
ligam
dois termos ou duas orações de sentido distinto, indicando que, ao cumprir-se
um fato, o outro não se cumpre.
Conjunções:
ou,
ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja, nem... nem.
Ex.: Ora lia, ora fingia ler para impressionar aos demais passageiros.
Conclusivas:
servem
para ligar à anterior uma oração que exprime conclusão, consequência.
Conjunções:
logo,
pois (obrigatoriamente entre vírgulas), portanto, por conseguinte, por isso, assim.
Ex.: Conheci, pois, Ari Ferreira, quando comecei a
trabalhar em Clínica Médica, portanto
em 1924.
Explicativas:
ligam duas orações, a segunda das quais justifica a ideia contida na primeira.
Conjunções:
que,
porque, pois, porquanto.
Ex.: Vamos comer,
Açucena, que estou morrendo de fome.
Dorme cá, pois quero mostrar-lhe as minhas fazendas.
CONJUNÇÕES
SUBORDINATIVAS
§ Causais;
§ Concessivas;
§ Condicionais;
§ Finais;
§ Temporais;
§ Consecutivas;
§ Comparativas;
§ Integrantes;
E ainda,
§ Conformativas;
§ Proporcionais.
Causais:
iniciam
uma oração subordinada denotadora de causa
Conjunções:
porque,
pois, porquanto, como (= porque), pois que, por isso que, já que, uma vez que,
visto que, visto como, que.
Ex.: Tio Couto estava
sombrio, pois aparecera um
investigador da polícia perguntando por Gervásio.
Concessivas:
iniciam
uma oração subordinada em que se admite um fato contrário à ação principal, mas
incapaz de impedi-la.
Conjunções:
embora,
conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, por mais que,
por menos que, apesar de que, nem que, que.
Ex.: Não saberei nunca
escrever sobre ele, embora tenha
tentado mais de uma vez.
Condicionais:
iniciam
uma oração subordinada em que se indica uma hipótese ou uma condição necessária
para que seja realizado ou não o fato principal.
Conjunções:
se,
caso, contanto que, salvo se, sem que (= se não), dado que, desde que, a menos
que, a não ser que.
Ex.: Se aquele entrasse, também os outros
poderiam tentar...
Finais:
iniciam uma oração subordinada que indica a finalidade de oração principal.
Conjunções:
para
que, a fim de que, porque (= para que).
Ex.: Não bastava a sua
boa vontade para que tudo se
arranjasse.
Temporais:
iniciam
uma oração subordinada indicadora de circunstância de tempo.
Conjunções:
quando,
antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que,
todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que (= desde que).
Ex.: Quando tio Severino voltou da fazenda,
trouxe para Luciana um periquito.
Consecutivas:
iniciam uma oração na qual se indica a consequência do que foi declarado na
anterior.
Conjunções:
que
(combinada com tal, tanto, tão ou tamanho), de forma que, de maneira que, de
modo que, de sorte que.
Ex.: Foi tão ágil e rápida a saída que Jandira achou graça.
Comparativas:
iniciam
uma oração que encerra o segundo membro de uma comparação, de um confronto.
Conjunções:
que,
do que (depois de mais, menos, maior, menor, melhor, pior), qual (depois de
tal), quanto (depois de tanto), como, assim como, bem como, como se, que nem.
Ex.: Mais do que as palavras,
falavam os fatos.
Integrantes:
servem
para introduzir uma oração que funciona como sujeito, obj. dir., obj. indir.,
predicativo, complem. nom. ou aposto de uma outra oração.
Conjunções:
que,
se.
Ex.: Não sei, sequer, se me viste,
Não vou jurar que me
vias.
A
Nomenclatura Gramatical Brasileira distingue
ainda, entre as conjunções subordinativas, as conformativas e as proporcionais:
Conformativas:
iniciam
uma oração subordinada em que se exprime a conformidade de um pensamento com o
da oração principal.
Conjunções:
conforme,
como (= conforme), segundo, consoante.
Ex.: Como ia dizendo, o seu raciocínio não
está certo.
Proporcionais:
iniciam
uma oração subordinada em que se menciona um fato realizado ou para realizar-se
simultaneamente com o da oração principal.
Conjunções:
à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais... mais, quanto
mais... tanto mais, quanto mais... menos, quanto mais... tanto menos, quanto
menos... menos, quanto menos... tanto menos, quanto menos... mais, quanto
menos... tanto mais.
Ex.:
Quanto mais se distingue, mais se funde.
Obs.:
Algumas
conjunções subordinativas podem pertencer a mais de uma classe. Sendo assim, o
seu valor está condicionado ao contexto em que se inserem, nem sempre isento de
ambiguidades.
Bibliografia:
CUNHA, C. & LINDLEY, C. Nova
Gramática do Português Contemporâneo. 3 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2001, p. 579/90.